março 12, 2025

Temporal atingiu 17 linhas de alta tensão, e Enel não dá prazo para retomar energia em SP

GABRIEL JUSTO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Enel afirmou que o temporal que atingiu a cidade de São Paulo nesta sexta-feira (11) foi um “evento climático extremo” que causou o desligamento de 17 linhas de alta tensão. Até a manhã deste sábado (12), 5 haviam sido plenamente reestabelecidas. Além disso, 11 subestações de energia foram desligadas, sendo que 8 foram religadas.

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Em entrevista coletiva, a empresa se esquivou de dar um prazo para o religamento da energia em todos os locais. Há moradores de São Paulo há mais de 13 horas sem luz. “Eu não quero passar uma previsão para vocês sobre a qual eu não tenho evidência real de que vamos conseguir atender”, disse o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre.

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“A meta é reestabelecer todos os clientes o mais rápido possível, mas temos que trabalhar com as informações que temos, e ainda temos muitas informações chegando”, afirmou.

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“Temos consciência do transtorno, sabemos da nossa responsabilidade”, completou o presidente da Enel.

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No total, 2,1 milhões de clientes ficaram sem energia durante o temporal. Até a manhã deste sábado, a luz havia voltado para apenas 500 mil. A Enel diz ter recebido mais de 1 milhão de chamadas e que está priorizando os clientes críticos e as linhas de alta tensão.

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As áreas mais atingidas foram zonas oeste e sul, além de municípios como Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo, Santo André e Diadema. A concessionária afirmou que as rajadas de vento “entraram” pela zona oeste e, depois, passaram pela zona sul, onde houve o maior número de estragos.

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A concessionária argumenta que, apesar do tamanho da destruição, está mais preparada do que na tragédia de 2023, quando clientes ficaram mais de uma semana sem luz.

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“É claro que os eventos climáticos extremos vieram e estão acontecendo, e vão continuar. Neste ano, estamos mais preparados que no ano passado. Nossos planos de emergência já estavam adaptados. Mas os efeitos foram de fato muito relevantes”, disse Lencastre.

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A Enel afirma que mobilizou 1.600 técnicos e deve chegar a 2.500 até o fim do dia. A empresa diz que trouxe para São Paulo equipes do Ceará e do Rio de Janeiro, além de pedir ajuda de concessionarias vizinhas.

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Por fim, o presidente da Enel afirmou que é preciso também investimento maior em podas de árvores. “Vocês ouviram sobre um plano de investimento para os próximos três anos, são R$ 6,2 bilhões. Qual a mensagem aqui? Que não vamos resolver todos os problemas hoje, mas vamos evoluir e melhorar aos poucos, entregando uma rede cada vez mais resiliente. As redes no Brasil são majoritariamente aéreas, e estão suscetíveis a esses eventos climáticos extremos. Precisamos trabalhar para que a resiliência seja maior. Isso requer investimento, mas também aumentar o número de podas, que dobramos do ano passado para cá. Tem capacitação de profissionais também, melhorar os canais de comunicação com os clientes e com as prefeituras. Mas eu não posso dizer que vai estar resolvido hoje, porque esses eventos vão continuar acontecendo.”

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MORTES
Durante o temporal, uma árvore caiu em uma feira na rua Professor Nina Stocco, em Campo Limpo, na zona sul, atingindo duas pessoas. Uma vítima teve o óbito constatado pelo médico do Samu no local. A outra foi socorrida ao pronto-socorro da região.

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Em Bauru, no interior do estado, outras três pessoas e um cachorro morreram por volta das 18h após serem atingidos por um muro que colapsou com a força do vento e da chuva no bairro Samambaia, de acordo com a Defesa Civil.

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Na Grande São Paulo, uma pessoa morreu em Diadema, de acordo com a Defesa Civil, atingida por uma árvore, e outra ficou ferida por um galho. Já em Cotia, segundo o Corpo de Bombeiros, duas pessoas morreram após o desabamento de um muro. Elas chegaram a ser socorridas inconscientes e em estado grave, mas não resistiram. Uma terceira vítima sofreu escoriações e passa bem.