As santas casas e hospitais filantrópicos vivem em busca de estratégias que tragam alívio nas dívidas. Manter um hospital em pleno funcionamento e com as contas em dia é um desafio. De acordo com dados da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), as instituições do setor têm cerca de R$ 10 bilhões em empréstimos com bancos. Por isso, soluções que ajudam a economizar são bem-vindas.
nnnn
No Paraná, a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (Femipa) lançou, neste mês de fevereiro, um programa para implantação de sistemas de geração de energia solar fotovoltaica, em parceria com a Itaipu Binacional. O projeto deve desafogar o setor financeiro das instituições de saúde, com uma economia de R$ 11,7 milhões ao ano.
nnnn
n
n
“Esses R$ 12 milhões vão se transformar em serviço. Vai existir uma folga do caixa dos hospitais e eles poderão usar esses recursos em outras ações e, em alguns casos, para redução de dívidas, porque os hospitais têm um comprometimento financeiro importante. Vai beneficiar sempre o maior foco do nosso trabalho que é o cidadão”
Serão construídas quatro usinas fotovoltaicas, sendo três na área de distribuição da Copel e uma da Energisa, em Guarapuava. Além disso, outras 29 usinas serão instaladas em hospitais selecionados pela Itaipu.
nnnn
n
n
“O custo da energia elétrica para essas instituições é muito alto. Estamos falando de quase R$ 12 milhões que serão poupados. Esse dinheiro vai virar mais remédios, mais salas de cirurgia, contratação de mais profissionais na área da saúde, ou seja, um melhor atendimento para nossa população, em especial a população mais pobre que precisa da prestação de serviço dessas instituições”
nconsiderou Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional.
nnnn
Presidente da Femipa, Charles London, assina convênio com a Itaipu Binacional (Foto: Divulgação Femipa)
n
nnnn
n
n
“A grande vantagem é que não é um recurso temporário. Essa geração de energia é constante e essa redução dos custos ficará pra sempre para benefício dos hospitais”
ncomemorou Charles London.
n
nnnn
A implantação de 18 megawatts de sistemas de geração fotovoltaica deve ocorrer até fevereiro de 2027. O convênio beneficiará os hospitais sem fins lucrativos e as santas casas que fazem parte dos grupos tarifários A e B. A economia deve representar 35% da energia consumida por essas instituições, segundo a Itaipu.
nnnn
n
n
“Seria o mesmo que iluminarmos uma cidade de aproximadamente 30 mil habitantes. Essas entidades vão gerenciar e administrar esse sistema futuramente. O impulso inicial é da Itaipu dando exemplo que nós podemos ter geração de energia limpa e com uma ajuda especial fortalecendo ainda mais o SUS”
ndetalhou Carlos Carboni, diretor de coordenação da Itaipu Binacional.
n
nnnn
Alívio no bolso e esperança pra muitas vidas
nnnn
A lógica nos hospitais é simples: se sobra dinheiro das contas básicas, como a de energia, aumentam os recursos para investir medicamentos e equipamentos, por exemplo.
nnnn
n
n
“Todo mundo que trabalha com filantrópico espera que o usuário final seja beneficiado, que as pessoas que precisam de saúde sejam beneficiadas. Quando a gente consegue um programa como esse, vai sobrar capital para comprar medicamentos e equipamentos para atender cada vez mais pessoas”
ngarantiu André Teixeira, diretor administrativo-financeiro do Hospital Pequeno Príncipe.
nnn
n
Hospital Pequeno Príncipe é referência no atendimento infantil e atua há mais de 100 anos transformando vidas (Divulgação HPP)
nnnn
Quando os investimentos acontecem, quem ganha é o paciente – especialmente os mais vulneráveis, já que as santas casas e hospitais filantrópicos são responsáveis por mais de 70% dos atendimentos de alta complexidade feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
nnnn
n
n
“Pensando que os hospitais filantrópicos representam praticamente 70% de todos os atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde, todas as iniciativas que viabilizam diminuir a despesa do mês a mês, que é o que gera a sobrevivência e faz a operação rodar, são muito significativas”
npontuou Ana Paula Cantelmo Luz, superintendente da Santa Casa de Londrina.
n
nnnn
O ganho é financeiro e, principalmente, social. Muitas pessoas encontram nos hospitais a última esperança e, em um momento tão delicado que é o tratamento de uma doença, só esperam ser atendidas com excelência.
nnnn
n
n
“Deixando de pagar energia, sobra recursos para investir em outras áreas tanto na parte interna de funcionamento quanto na parte financeira e de RH. Isso ajuda a sair do caos que as santas casas vivem. Quando o hospital tem uma saúde financeira boa, nós conseguimos investir melhor”
nreforçou Héracles Arrais, diretor-geral da Santa Casa de Paranavaí e vice-presidente da Femipa.
Em Curitiba, o Complexo Erasto Gaertner sabe na prática que a força que vem do sol é uma grande aliada. Em setembro do ano passado, a instituição inaugurou, com recursos próprios, uma usina fotovoltaica. O sistema conta com 1.730 placas solares no Complexo e outras 120 no Hospice, unidade especializada no atendimento de cuidados paliativos.
nnnn
n
n
“Com a defasagem que temos das tabelas do SUS, que já é conhecida há muito tempo, nós precisamos buscar fontes de receitas que nos ajudam a manter o hospital organizado e com as contas em dia. Esse dinheiro que nós tiramos das contas de energia é aplicado diretamente no custeio do hospital”
ncomentou Fernando César Oliveira, diretor executivo administrativo do HEG.
nnnn
Desde setembro do ano passado, o Complexo Erasto Gaertner conta com um sistema de energia solar (Foto: Marcelo Andrade/Divulgação/Hospital Erasto Gaertner)
n
nnnn
Por mês, a economia de energia das unidades fica na casa dos R$ 100 mil. O valor é equivalente ao custo de 50 cirurgias, 40 tratamentos de radioterapia, 35 doses de quimioterapia, 35 consultas médicas e 28 transplantes de medula óssea.
nnnn
n
n
“Este recurso que nós economizamos vai diretamente para parte de custeio da operação do hospital, em que a gente abate o que gastamos com insumos, na aquisição de medicamentos e equipamentos, assim por diante”
nafirmou Oliveira à Banda B.
n
nnnn
Além das questões financeiras, a usina reúne benefícios em termos de eficiência energética e compromisso com o meio ambiente.
nnnn
n
n
“Trabalhar com energia limpa contribui muito com a qualidade de vida da população, porque nós estamos evitando jogar CO2 para atmosfera e trazendo cada vez mais a redução de utilização de combustíveis fósseis”
ndestacou.
n
nnnn
Construir uma usina fotovoltaica requer recursos. Com as contas apertadas, nem todos os hospitais conseguem um investimento nesse sentido. E é aí que entram a Femipa e a Itaipu.
nnnn
n
n
“Essa parceria que a Femipa fez é de uma importância muito grande. Não são todos os hospitais que têm condições de fazer o investimento do aporte inicial para construir sua própria usina, então esse projeto vai trazer pros hospitais a possibilidade de fazer o que já temos aqui no Erasto”
More Stories
Comitê Paralímpico Brasileiro lança documentário Mulheres no Pódio
Comitê Paralímpico Brasileiro lança documentário Mulheres no Pódio
Briga com homens trocando soco em supermercado em Mairinque assusta clientes