março 14, 2025

São Paulo comemora 471 anos entre glórias e desafios de uma metrópole em crise

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A cidade de São Paulo celebra hoje 471 anos. Parabéns, Sampa! Seus 12,3 milhões de habitantes fazem desta metrópole um símbolo de resistência e diversidade, mas também um espelho das contradições brasileiras. O Blog do Esmael, com sede em Curitiba, reconhece a força paulistana: vocês são nossa segunda maior audiência, atrás apenas dos paranaenses.

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Fundada em 1554 no Pátio do Colégio, São Paulo nasceu como um projeto educacional, não militar. Hoje, é o maior polo econômico da América Latina, responsável por 9,2% do PIB nacional. Mas sua história é marcada por dualidades: enquanto abriga 25% das empresas de tecnologia do país, enfrenta 80 mil pessoas em situação de rua — um aumento de 45% em um ano.

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A Cracolândia, descrita como “ferida a céu aberto”, e o sucateamento da CET, outrora referência em mobilidade, ilustram o abismo entre avanço e abandono. O Rodoanel, incompleto após três décadas, e a falta de trem direto ao aeroporto de Guarulhos reforçam a desconexão urbana.

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Apesar das fraturas, São Paulo pulsa em suas periferias. Artistas como Criolo, que declarou “existe amor em SP”, lembram que a cidade é feita por suas pessoas. Projetos como o SertãoPerifa, em Parelheiros, levam forró e literatura de cordel às escolas, resgatando raízes nordestinas. Já o Beco do Batman, na Vila Madalena, transforma muros em galerias a céu aberto, atraindo turistas e críticos da especulação imobiliária.

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Na gastronomia, o Mercadão resiste como ícone, mas o preço do pastel de bacalhau (R$ 28) reflete a desigualdade: 20% dos paulistanos vivem com até R$ 400 mensais.

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A gestão municipal, sob Ricardo Nunes (MDB), promete “pontes invisíveis” para reduzir distâncias sociais. Mas o orçamento recorde de R$ 112 bilhões em 2024 não impediu cortes em educação e saúde — setores que perderam R$ 2,3 bilhões ante 2023.

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Enquanto isso, o avanço do crime organizado em licitações públicas e a falta de transparência em obras como a Linha 6-Laranja do metrô alimentam desconfiança: 51% dos brasileiros temem mais a polícia do que criminosos, segundo o Datafolha.

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São Paulo não seria São Paulo sem seus personagens invisíveis. Bruno Leibholz, do Ipiranga, distribui 250 sopas semanais para moradores de rua. Junko Watanabe, sobrevivente de Hiroshima, luta por paz nuclear na Vila Clementino. A figura do Padre Júlio Lancellotti, pároco da Igreja São Miguel Arcanjo e coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo. E Valéria Macoratti, agricultora de Parelheiros, cultiva orgânicos em meio ao asfalto, provando que a terra fértil ainda resiste.

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Walter Sorrentino, do PCdoB, alerta: “São Paulo regride” sob um ciclo conservador que privilegia o privado sobre o público. Mas há esperança. A reabertura do Museu do Ipiranga, após reforma, e o crescimento de coletivos periféricos mostram que a cidade ainda escreve sua história.

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Para os próximos anos, o desafio é claro: equilibrar o “ethos do trabalho”, que construiu a metrópole, com políticas que incluam todos — não apenas os que podem pagar pela vista do Ibirapuera. O Blog do Esmael, comprometido com pautas sociais e urbanas, seguirá monitorando como São Paulo enfrentará essa encruzilhada histórica, sempre priorizando vozes que traduzam a complexidade da maior cidade do país.

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