
Thilafushi Kuni Gondu – onde se queima o lixo no paraíso. Image do Flickr por Hani Amir. CC BY-NC-ND
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Cada ano, aproximadamente um milhão de turistas visitam as Ilhas Maldivas em busca de seu clima quente e ensolarado e de sua beleza natural deslumbrante.
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Mas há uma consequência negativa provocada por todos esses visitantes, juntamente com os 395 mil habitantes das Maldivas: o acúmulo de lixo tornou-se uma dor de cabeça para o pequeno país.
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Para lidar com o problema, em dezembro de 1991, o governo decidiu usar uma ilha à parte como destino final para a enorme quantidade de resíduos produzida pela indústria do turismo. Thilafushi, também conhecida como ‘Ilha Lixão’, era originalmente uma laguna chamada ‘Thilafalhu’ com 7 quilômetros de extensão e 200 metros de largura nas zonas mais superficiais. Cavaram buracos enormes onde o lixo foi depositado, coberto com uma camada de entulhos de construção e depois nivelado com areia branca.
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welcome to the maldives! #thilafushi #rubbishisland #müllinsel pic.twitter.com/W7khANOFV5 — nika (@kollerannika) July 11, 2014
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bem-vindo às Maldivas!
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Uma média de 330 toneladas de lixo são trazidas para Thilafushi todos os dias, a maioria proveniente de Malé. A certa altura, mais de 31 mil carregamentos de lixo estavam sendo transportados para Thilafushi anualmente. Aqui também se realiza a queima do lixo a céu aberto.
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Anyone concerned of what the Locals and Foriegners working in #Thilafushi inhales? Unknown stuff burned pic.twitter.com/r7ksUq2rwp — Ari[p]h
(@Aariphh) August 17, 2013
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Alguém preocupado com o que os nativos e estrangeiros trabalhando em #Thilafushi inalam? Material desconhecido queimado
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Hoje, Thilafushi tem uma superfície de mais de 0,43 km2, a qual é alugada para atividades industriais como construção de barcos, ensacamento de cimento, engarrafamento de gás metano e diversos armazenamentos de grande escala.
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O blog da organização ambiental Bluepeace publicou que pilhas usadas, asbesto, chumbo e outros resíduos potencialmente perigosos misturados com os resíduos sólidos urbanos da ilha de Thilafushi estão penetrando na água e provocando sérios problemas de saúde e ecológicos nas Maldivas. Contudo, as preocupações nunca chegaram a se materializar em uma campanha por parte dos ativistas locais.
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Do you think Thilafushi is a mistake? Imagine the state of the rubbish in 20 yrs time? Can our sea be saved? pic.twitter.com/Mw7YXS17OS — Leela (@leelamad) April 13, 2014
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Você acha que Thilafushi é um erro? Imagine o estado do lixo daqui a 20 anos? Nosso mar pode ser salvo?
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Mordy, do projeto de colaboração sobre viagens Atlas Obscura descreveu o problema:
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Commercial activity along with indiscriminate dumping has brought an abundance of toxic materials to the lagoon – broken oil drums, asbestos, lead, and other noxious metals mix in with daily household garbage items creating a noxious sludge. There is little around the island that goes unpolluted as harmful substances seep into the water and smoke from burning waste floods the air.
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Atividade comercial, bem como o depósito indiscriminado de lixo resultaram numa grande quantidade de materiais tóxicos na laguna – barris de óleo danificados, asbesto, chumbo e outros metais nocivos somados aos resíduos domiciliares, criando uma lama nociva. Há pouco ao redor da ilha que não esteja poluído, enquanto substâncias prejudiciais escorrem para a água e a fumaça das queimas de lixo se espalha pelo ar.
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A cineasta Alison Teal fez um documentário sobre o período que passou nas Maldivas como parte de sua série online Alison's Adventures. Aqui você pode ver algumas das incríveis fotos da viagem de Alison à ilha do lixo.
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Em dezembro de 2011, o governo proibiu temporariamente o depósito de resíduos sólidos na ilha depois de um aumento do lixo flutuando na laguna e em direção ao mar. Mas, até agora, todo o lixo de Malé termina na ilha.
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Alibeyya, um comentarista de um artigo do site local de notícias Minivan, apontou para o xis da questão:
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The delicate environment of Maldives is in need of a responsible waste management system. It is a big challenge given the geographical situation where each island including resorts must manage its own waste. [..] The resorts should be able to contain to get rid of their waste without having to dump to Thialfushi lagoon.
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O delicado meio ambiente das Maldivas precisa de um sistema de tratamento de resíduos responsável. É um grande desafio, dada a situação geográfica. Cada ilha, incluindo seus resorts, deve tratar seus resíduos. [..] Os resorts deveriam ser capazes de administrar seus resíduos sem ter de depositá-los na laguna de Thilafushi.
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Há registros do início de 2013 de que o tratamento de resíduos das Maldivas estava sendo prejudicado por políticas locais e falta de financiamento. Em meio a relatos locais de despejo ilegal de resíduos em Thilafushi, houve grande confusão sobre a responsabilidade pela gestão da descarga de lixo. A administração de Thilafushi foi transferida para o Conselho Municipal de Malé (Malé City Council) em 2010 e um contrato foi assinado em 2011 com a empresa Tatva Global Renewable Energy, sediada na Índia, para reabilitar a ilha e resolver o problema do lixo.
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Mas o acordo nunca chegou a ser implementado devido à burocracia e a intromissões políticas, sendo recentemente cancelado, tornando o futuro de Thilafushi incerto.
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Em um artigo de opinião no Minivan News,Abdullah Faraz escreve:
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The first point to note is that underneath all the political rhetoric and maneuvering lies a real issue that affects many lives – the public health hazard, teachers and students being hospitalised, closing of schools, the smoke, the stench etc.
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The public has a right to feel disaffected by this crisis, and is indignant and up in arms with good cause.
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The second point to note is though this is a manufactured crisis; there is no inherent direction to which this raw emotional energy of the public may flow
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A primeira coisa que chama a atenção é que sob toda essa retórica e manobras políticas, existe uma questão que afeta muitas vidas – o risco à saúde pública, professores e estudantes sendo hospitalizados, o fechamento de escolas, a fumaça, o mau cheiro etc.
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O público tem o direito de se sentir insatisfeito com essa crise, de ficar indignado e protestar pela causa.
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Outro ponto que chama a atenção é que, embora essa seja uma crise fabricada, não está claro como essa energia emocional do povo será canalizada.
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A única certeza: está prevista para o mês que vem a abertura de uma nova prisão na ilha de Thilafushi.
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“@vaavu: Thilafushi jail which can accommodate 100 prisoners to open next month http://t.co/SPTCPwDWNU via @vaavu“— Shumba Gong (@ShumbaGong) octubre 20, 2014
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A prisão de Thilafushi, com capacidade para 100 presos, abrirá no próximo mês
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